Composições da ALL não têm freios de emergência em condições de funcionamento


Terceirização, equipamentos precários e jornada exaustiva são causa de acidentes, diz sindicalista

Rogério Pinto dos Santos e Chico Sardelli assistem apresentação powerpoint

Rogério Pinto dos Santos e Chico Sardelli assistem apresentação powerpoint

Nesta quarta-feira, 26/8, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os acidentes ocorridos no transporte ferroviário de carga no Estado de São Paulo, presidida pelo deputado Chico Sardelli (PV), ouviu Rogério Pinto dos Santos, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana, indicado por este sindicato, pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Mogiana e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias Paulistas.

As condições de trabalho dos trabalhadores ferroviários da ALL América Latina Logística Malha Paulista S.A., concessionária da malha ferroviária, muitas vezes são análogas à do trabalho escravo, afirmou o convidado da CPI. Jornadas de trabalho excessivas, descansos curtos, ausências de condições adequadas de trabalho têm causado constantes acidentes. Além disso, as locomotivas não possuem equipamento mínimo para atender às necessidades dos maquinistas: não há banheiros ou eles estão quebrados ou lacrados; não há água para o consumo, as locomotivas não são limpas, os bancos do condutor muitas vezes estão quebrados, entre outros graves problemas com os equipamentos. Ao maquinista resta utilizar jornais no chão ou garrafas PET para suas necessidades fisiológicas.

A terceirização dos serviços da atividade ferroviária foi apontada como uma das causas dos problemas, uma vez que as empresas contratadas muitas vezes não possuem conhecimento específico, há problemas de treinamento e especificações das atividades.

As condições das locomotivas também são motivo de preocupação, enfatizou Rogério Pinto dos Santos. Os freios de emergência não funcionam, há perda de resposta na aplicação dos freios e muitos vagões são isolados, ou seja, sequer possuem freios. A capacidade de frenagem perdeu em média 30% de eficiência com a atitude da ALL, conforme relatou o convidado. Acresce-se a isso o fato de que a dormentação está podre, há infiltrações, trilhos gastos e a limpeza da via é precária.

O depoente citou acidente ocorrido em 7/1/2013, em que o maquinista perdeu o freio na serra de Santos ao desmaiar na condução da locomotiva após 25 horas de serviço, causando colisão com outra locomotiva. A jornada de trabalho muitas vezes é de mais de 16 horas diárias, e os repousos não oferecem condições adequadas como silêncio, conforto, segurança e limpeza.

A ALL também adotou a monocondução ” extinguiu o auxiliar de maquinista “, ocasionando sobrejornada, atividade insalubre, estafa e acúmulo de função. O salário base do maquinista é de aproximadamente R$1.100,00, valor considerado pelos sindicatos muito abaixo do adequado diante das responsabilidades do trabalhador das ferrovias.

ferrovia
Há várias denúncias no Ministério do Trabalho e processos na Justiça para tentar resolver os graves problemas pelos quais passam os trabalhadores, informou o sindicalista. Cópias dos autos dos processos foram entregues aos deputados da CPI.

Estiveram presentes à reunião os deputados Chico Sardelli (PV), que a presidiu, e os deputados Roberto Massafera (PSDB), Abelardo Camarinha (PSB), Davi Zaia (PPS) e Delegado Olim (PP). A pauta da reunião, contudo, não foi apreciada uma vez que não houve quórum na abertura dos trabalhos.

Assembléia Legislativa de São Paulo

Expresso de Trens da CPTM será substituído por serviço Intercidades


#trem

O fato que tomou conta do noticiário sobre mobilidade nesta terça-feira (25) em jornais, com grande repercussão nas redes sociais e fóruns especializados foi o arquivamento de 32 propostas de Parcerias Público Privados, das quais nove estão sob o guarda-chuva da secretaria de Transportes Metropolitanos.

Entre os serviços estão os projetos de trem expresso planejado pela CPTM: Expresso ABC, o Expresso Bandeirantes e o Expresso Jundiaí. De acordo com nota do Governo Estadual, os três projetos citados “foram arquivadas por concorrer com a proposta de Trens Intercidades, que foi aprovada e terá estudos aprofundados”.

Segundo ainda o Governo do Estado, os demais projetos como as linhas 19 e 20 do Metrô não estão excluindo, mas serão revistos, “cuja execução pode ser feita de forma mais eficiente e menos onerosa para o contribuinte”.

A respeito do Trem Intercidades, o projeto foi anunciado ainda na gestão do ex-governador Jose Serra, e ganhou força na gestão do ex-secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, nomeado pelo atual Governador Geraldo Alckmin.

Em 2014, Jurandir disse ao Via Trolebus que empasses entre o Governo Estadual e a prefeitura de Campinas acabaram por atrasar o projeto. “jogamos na lata do lixo 5 anos por fatos como a prefeitura de Campinas que só queria o TAV (Trem bala). Quando Geraldo Alckmin assumiu, a nossa proposta era fazer um trem regional complementar ao TAV. Apareceu um grupo que topou pegar tudo, só que o projeto deles não era o mesmo do nosso.” – disse o ex-secretário. (relembre a entrevista)

Em contato com a CPTM, a companhia disse que o projeto foi apresentada para o Governo Estadual pelas empresas BTG Pactual e EDLP – Estação da Luz Participações, e contempla a construção de infraestrutura, implantação de equipamentos e sistemas e compra de material rodante (trens) para operar uma rede integrada, abrangendo Sorocaba, São Paulo, Baixada Santista, Campinas e Taubaté.

Autor Renato Lobo // Via Trolebus

Novos diretores da ANTT tomam posse


#antt

Foi realizada, na manhã desta terça-feira (4/8), a solenidade de posse dos novos diretores da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Carlos Fernando do Nascimento, Marcelo Bruto da Costa Correia, Marcelo Vinaud Prado e Sérgio de Assis Lobo juntam-se ao diretor-geral, Jorge Bastos, na Diretoria Colegiada da Agência. No dia 21/7, a presidenta Dilma Rousseff nomeou os diretores por meio de publicação no Diário oficial da União, após aprovação dos nomes no plenário do Senado.

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Alckmin acha difícil nova licitação da Linha 4 sair este mês


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda, 3, que crê ser muito otimismo que a nova licitação para a Linha 4-Amarela do Metrô saia ainda este mês. “seria menos de um mês para relicitar. Vamos tentar. Sera relicitado o mais rápido possível”, afirmou.

#metrosp

Com relação a multa que deve ser aplicada ao consórcio Isolux-Corsán-Corviam, Alckmin disse que o valor deve ser 10% do valor da obra. “infelizmente o consórcio Isolux-Corsán-Corviam ganhou os dois lotes e só conseguiu entregar uma estação, que foi a Fradique Coutinho. Uma hora não tinha funcionário e quando tinha funcionário não tinha material de trabalho”, emendou.

O governador lembrou que ainda propos ao consórcio para tocarem as obras de pelo menos Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie e lamenta que se perdeu quatro meses nisso e não houve avanços.

Imagem: Digna Imagem/Clóvis Ferreira

Autor: Renato Lobo // Via Trolebus (www.viatrolebus.com.br)

Grupo Libra inicia transporte ferroviário de contêineres


Previsão é de que, até o fim do ano, operações entre margens sejam feitas pelos trilhos

#TRANSPORTE

Para oferecer maior confiabilidade e reduzir os custos do serviço, o Grupo Libra começou a movimentar contêineres entre as duas margens do Porto de Santos por meio de trens. A meta, até o próximo ano, é utilizar apenas o modal para esse tipo de operação, que hoje corresponde a 15% dos serviços.

Uma parceria com a MRS Logística possibilitou o início destas operações no último mês. Até o momento, já foram movimentadas 50 contêineres provenientes da Libra Logística Terminal, o Terminal do Valongo (Teval), na Margem Direita, até as instalações da Santos Brasil e da Embraport, que ficam na Margem Esquerda, em Guarujá e na Área Continental de Santos, respectivamente.

Dos 3 mil contêineres operados mensalmente no Teval, ao menos 700 têm como destino instalações do outro lado do Estuário. O objetivo do diretor geral do segmento logístico do Grupo, Daniel Brugioni, é de que até o final do próximo ano toda a operação do tipo seja realizada por composições.

Com a novidade, a ideia é reduzir riscos e aumentar a produtividade. “Temos dois novos terminais (Brasil Terminal Portuário e Embraport) em funcionamento no Porto, aumentando a movimentação de cargas. Apesar disso, nossas estradas permanecem as mesmas e com os mesmos problemas”, afirma o diretor.

Brugioni estima que a utilização dos trens possa reduzir em até 12% os custos operacionais que envolvem o transporte de carga entre as margens, além de diminuir a emissão de gases poluentes de caminhões. “É uma escolha que requer planejamento, mas dá confiabilidade ao sistema”.

Crescimento

Atualmente, o Teval opera por mês 2 mil contêineres abaixo da capacidade instalada total. Ao oferecer esse tipo de serviço ao cliente, Daniel Brugioni espera também crescimento nas operações do terminal, que hoje é especializado na movimentação de cargas de projeto (como pás eólicas, por exemplo).

O potencial não explorado, de acordo com o diretor, está nas cargas de importação. A expectativa é de que abocanhar essa fatia do mercado não seja tão fácil quanto se imaginava antes. “Os números mostram que, devido à crise, esse é um setor que mais está sendo prejudicado em Santos”.

Apesar disso, ele mantém a previsão de cenário positivo para o final de 2016, ao querer movimentar entre as margens até 1.500 contêineres por mês. Até lá, a intenção é de que o Teval possa já explorar 80% do modal em todas as operações. Hoje, as composições e os caminhões dividem igualmente (50% cada) a participação.

“O Terminal do Valongo tem o perfil ferroviário e isso é um diferencial entre os que movimentam contêineres na Margem Direita”, diz Brugioni. Hoje, as cargas que chegam por trilhos são provenientes do interior do Estado. Além de commodities conteinerizadas, a celulose também está entre as mercadorias.

A Tribuna